A arrecadação de impostos e tributos de janeiro deste ano atingiu a marca dos R$ 73 bilhões e é recorde para o mês. O crescimento real é de 13,64% em comparação a janeiro de 2009. No início do ano passado, a arrecadação federal somou pouco mais de R$ 64 bilhões - corrigida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) - e foi prejudicada pelas medidas de desoneração adotadas pelo governo para amenizar os efeitos da crise financeira mundial.
De acordo com Raimundo Eloi de Carvalho, coordenador-geral de Estudos, Previsão e Análise da Receita Federal, o crescimento expressivo começou em outubro do ano passado, quando os efeitos da crise mundial foram amenizados.
'Esse recorde decorreu da recuperação dos indicadores macroeconômicos, principalmente do aumento da produção industrial, da quantidade de vendas e da lucratividade de empresas', disse.
A média mensal da perda com desonerações fiscais no ano passado, segundo Carvalho, ficou em cerca de R$ 2,5 bilhões. Raimundo Eloi de Carvalho afirma que em 2010, a situação será diferente.
'Em termos líquidos, não teremos perda de arrecadação por conta de desonerações. Tivemos algumas desonerações temporárias, mas já houve recomposição das alíquotas esse ano e, portanto, crescimento na arrecadação', afirmou Carvalho.
O setor automotivo foi um dos principais responsáveis pelo resultado positivo de janeiro de 2010. 'Nesse setor, ocorreu a conjunção de três indicadores positivos: aumentos nas vendas, recomposição alíquotas e recuperação da produção industrial', disse. Ainda segundo Raimundo Eloi de Carvalho, é possível dizer que a crise financeira não atinge mais a arrecadação federal.
'Desde outubro, quando tivemos reversão das quedas de arrecadação, é possível dizer que a crise não atinge mais o setor. A partir dessa visão de hoje posso dizer que esperamos que arrecadação de 2010 em relação a 2009 seja positiva', afirmou."
Fonte: Reuters News |
Luciana Cobucci
Direto de Brasília
